Data-Driven

Data-Driven: 5 conceitos para tomar decisões a partir de dados

Há quem lute para forçar aceitação depois de dizer frases como “eu acho isso…” e “eu acho aquilo…” nas reuniões em que tomadas de decisão são fundamentais para o sucesso dos negócios. Pegando o meme, essas pessoas que lutem, porque a era do achismo está ficando, cada vez mais, para trás.

Na busca por assertividade, economia de custos e aumento do seu capital com inteligência de mercado, mais empresas estão mudando suas estratégias de análise e tomada de decisão para um modelo data-driven, o tão comentado DDDM (Data-Driven Decision Making).

Hoje, vamos lançar luz sobre esse tema, aprofundar o conceito além do marketing (afinal, não é só o marketing que traz resultados para sua empresa) e conversar sobre alguns conceitos fundamentais para fazer seu negócio se tornar mais lucrativo com o uso correto das moedas mais valiosas da atualidade e do futuro.

Não, não são as criptomoedas. Estamos falando de um tesouro que talvez você já tenha, mas pode ser que não esteja tão organizado e utilizável: os dados.

Data-Driven: a mentalidade orientada a dados

O Data-Driven Decision Making (tomada de decisão baseada em dados) é um processo que envolve a coleta de dados, sua mensuração com base em objetivos e KPIs claros, análise de padrões e desenvolvimento de insight para criar estratégias que beneficiem a empresa em todas as suas áreas.

Tornar uma empresa data-driven não significa ter apenas seu time de marketing alinhado para dados. Trata-se de uma transformação da cultura da empresa como um todo. Principalmente porque, em tempos de velocidade, agilidade e virtualização de processos, as decisões que mais impactam o sucesso de um negócio precisam ser feitas levando em consideração as principais metas do negócio, e estas não dependem apenas de uma área da empresa.

Na cultura de dados tem união e foco científico

Para exemplificar a extensão do conceito de data-driven em uma empresa, imaginemos um e-commerce. Com o objetivo de melhorar resultados de venda, a equipe de marketing faz uso de uma adtech para analisar e otimizar campanhas publicitárias.

Um grande passo para o início do trabalho com dados. Depois de muito caixa investido e um aumento significativo nas vendas, as metas deixam de ser atingidas. Mais investimentos em campanhas, mas, dessa vez, as vendas não refletem o investimento.

Então, faltando uma semana para o fechamento do mês, começa aquele corre-corre de reuniões infindáveis para achar soluções. “Eu acho isso. Eu acho aquilo.” E mais caixa investido em campanha. Mais estresse por não atingir metas, mais frustrações e conflitos entre áreas e, principalmente, menos lucro. O que será que está acontecendo?

Com a mentalidade data-driven, a lógica seria mais abrangente, crítica e, provavelmente, menos custosa. As áreas partiriam de hipóteses que seriam confrontadas por informações coletadas por ferramentas sérias, com dashboards analíticos em que os dados de todas as áreas interligadas (marketing, comercial, logística, financeiro etc.) aliado ao de terceiros seriam cruzados e apresentados de forma clara para todos os envolvidos.

Talvez, nesse nosso exemplo, o problema da queda de vendas estivesse na usabilidade de um simples botão na versão mobile do site. Talvez estivesse no atraso que a empresa de logística terceirizada estivesse fazendo devido a um problema interno de pessoal.

Pode ser que tudo isso estivesse sendo divulgado nas redes sociais como reclamação de clientes, sem que ninguém pudesse avaliar o comportamento dos usuários com antecedência para evitar crises. A não ser que fosse possível coletar e analisar essas informações.

Essa lógica faz sentido para você? Já passou por uma situação crítica como essa?

A importância das decisões baseadas em dados

Ainda que estejamos falando de dados, é fundamental ter em mente que as relações comerciais, seja no B2C ou no B2B, são feitas entre pessoas. Com o constante aumento do acesso à Internet, a transformação digital pela qual a sociedade vem passando desde a popularização rede mundial de computadores pode dar a impressão do distanciamento humano. Afinal, é fácil acessar estatísticas dos diversos meios digitais para se basear nas estratégicas.

No entanto, não se engane, o bom uso de dados tem o objetivo de entender melhor as pessoas. Não se trata de pensar cada indivíduo como um número, mas usar suas informações para entender melhor o comportamento humano, proporcionar melhores experiências, gerar satisfação e, por que não, mudar o mundo.

O que é possível construir com o uso de dados?

O número de informações está cada vez maior. Em 2020, o volume de dados circulando nos servidores de redes sociais e aplicativos de conversa ultrapassou os 44 trilhões de gigabytes. Difícil imaginar, não é? É o mesmo número de dados que caberiam em aproximadamente 344 bilhões de iPhones 11 com 128 GB de armazenamento.

Porém, dados por dados são, realmente, só números. Um pensamento data-driven transforma essa informação em conhecimento utilizando ferramentas de Big-Data e Inteligência Artificial, por exemplo. 

E o que se constrói com isso? Aqui vão alguns exemplos:

Geração de valor

Implementar  indicadores na cadeia operacional das empresas permite otimizar processos, melhorar a gestão, criar estratégias para potencialização de lucros e, consequentemente, gerar e aumentar o valor da marca e dos negócios.

Reduzir custos

A gestão orçamentária de todas as áreas pode ser analisada isolada ou globalmente para reduzir desperdícios, aumentar a produtividade e ampliar o ROI.

Resultados em marketing e vendas

Aqui o universo é extremamente amplo. Com decisões data-driven, as campanhas publicitárias são otimizadas, as vendas se tornam mais personalizadas e lucrativas, a experiência dos usuários é aprimorada, o relacionamento com os clientes fica mais próximo, o engajamento melhora e os times conseguem trabalhar unidos para chegarem, juntos, aos resultados globais da empresa.

Predição e redução de riscos

Com análise de dados é possível tomar decisões mais assertivas que permitam entender as tendências reais de mercado para aprimorar estratégias, evitar ameaças no plano de negócio e ter insights que transformam informações em conhecimento, e conhecimento em vantagem competitiva.

Inovação

Entender a fundo o comportamento humano, descobrir a lógica de processos, antes baseados em especulações, e ter acesso a dados reais com análises profundas são as senhas que abrem portas para oportunidades de criação de novos negócios, novos produtos e novas experiências para as pessoas.

Os 5 conceitos fundamentais para tomar decisões baseadas em dados

Para fazer sua empresa dar um passo além na transformação digital com essa profundidade é preciso estratégia, hard skills, ferramentas poderosas e mente aberta para aprender e, talvez mais importante que isso, desaprender. Só que, como estamos falando de uma transformação cultural, a mentalidade data-driven pede novos posicionamentos.

Aqui vão 5 que consideramos essenciais para você ter sucesso rumo aos resultados obtidos por decisões assertivas baseadas em dados.

1. Não ser guiado por crenças

No dia a dia, a maioria das nossas decisões não são baseadas no raciocínio estritamente lógico, pois sofrem interferências das nossas experiências, instinto e prejulgamentos que se transformam em crenças. Estas, quando aplicadas no contexto de negócios, precipitam ações empíricas, baseadas nas tentativas e erros, o que pode ser custoso.

Em outras palavras, é como jogar com a sorte. A visão baseada em dados se contrapõe como uma aliada que abre a visão para oportunidades, quebra de paradigmas e conclusões realistas que dão mais segurança para a tomada de decisões.

2. Definir objetivos

Qual dado colher? Quando? Como? Mais importante, por quê? Você deve definir seus objetivos de negócios para passar à coleta e ao processamento dos dados.

Há inúmeros KPIs dentro de uma estratégia baseada em dados, priorize aqueles que têm a ver com os objetivos, pois analisar dados apenas para ter muitas informações em um relatório sem utilidade pode ser um desperdício de tempo, energia e verba.

3. Coletar dentro de casa

A maioria das empresas possui um enorme acervo de dados arquivados. Priorize os dados com foco naqueles que possuem valor para as perguntas que não foram respondidas. Esse processo de coleta e processamento, na maioria dos casos de sucesso, funciona melhor quando é realizado por parceiros consultivos, pois vão sofrer menos interferência dos paradigmas internos.

4. Apresentar visualmente

As ferramentas mais avançadas para lidar com Big Data oferecem dashboards estratégicos, com informações visuais que facilitam o entendimento dos dados para geração de insights. É fundamental que a apresentação desses dados e suas inspirações sejam acessíveis e compreendidas por todas as pessoas da empresa.

5. Engajar o time

Já falamos sobre isso em outro artigo, mas vale repetir: não é fácil transformar a cultura de uma empresa, mas os resultados fazem valer todo o esforço. Engajar o time a trabalhar com dados para tomar melhores decisões leva tempo, treinamento e a construção de novos processos de trabalho.

Data-driven e o aumento do ROI

Segundo pesquisas, a transformação digital com cultura data-driven provoca uma melhoria de 10% a 20% no ROI das empresas, principalmente no marketing. Isso acontece devido a algumas vantagens que as estratégias ganham:

Campanhas qualificadas

Com um uma análise de dados robusta é possível ter acesso às informações valiosas que, antes, não conseguíamos ter. No Inbound Marketing, por exemplo, é possível saber quem viu anúncios, e-mails, posts em redes sociais e outras peças de campanhas, além de mensurar resultados personalizados para traçar possíveis mudanças de estratégia com tempo hábil para não perder investimentos.

Personalização

Estamos na era da conversa, mas o que falar para cada cliente? Com uma estratégia baseada em dados você estreita a comunicação para falar com cada pessoa individualmente, no momento certo da sua jornada de compra e com o discurso certo para cada fase do funil de vendas em que ela se encontra.

Visão holística

Com a integração gerada pela cultura data-driven, lideranças conseguem ver o que acontece em suas empresas com uma perspectiva mais ampla, traçando estudos de informações entre as áreas, cruzando dados e estruturando melhorias globais no negócio

O futuro é baseado em dados

Como falamos, usar dados para aprimorar a estratégia demanda um esforço de mudança cultural nas empresas; é mais do que utilizar plataformas para coletas de dados sobre os clientes. No entanto, as empresas e os negócios que querem se destacar no futuro precisam abraçar essa ideia.

Primeiro, porque a digitalização dos dados pessoais é cada vez maior. Não é à toa que essa demanda gerou preocupações jurídicas que precisam, sempre, ser levadas em consideração, como a LGPD. Segundo, a experiência dos usuários sofre alterações em escala exponencial graças ao avanço tecnológico, à criação de novos produtos digitais e ao avanço da Internet das Coisas.

Descobrir o que seu cliente quer, como quer e por que quer demanda tecnologia, estratégia e estudo de informações que, agora, estão mais fáceis de serem coletadas e analisadas.

E a gente pode ajudar você a conseguir isso.

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