Sua empresa sabe usar o Design Emocional

Sua empresa sabe usar o Design Emocional?

As emoções influenciam nosso pensamento, controlam nossa atenção e moldam nossas memórias. E mais: são parte importante de todo processo de tomada de decisão.

Dizem que a diferença entre nós e os animais é a nossa capacidade de pensar. Mas, também diria que é como nos conectamos e sentimos as coisas, de como racionalizamos o que sentimos. As emoções são como entendemos a realidade ao nosso redor. Tendemos a repetir experiências positivas, porque elas nos fazem sentir bem e evitamos as negativas porque, teoricamente, aprendemos (quase) a não repetir erros.

O design emocional está ao nosso redor. Você se envolve com ele diariamente sem perceber, porque quando ele é bem feito, é invisível. Como você escolhe o que vai vestir? Que critério você usa para escolher um carro? Quantas vezes comprou um produto só porque ele era atraente? É da nossa natureza se sentir atraído por coisas bonitas. Se pudermos escolher, vamos preferir escolher um item bonito e funcional do que apenas funcional. É aqui que entra o design emocional.

O design emocional é um design que, intencionalmente, evoca uma resposta emocional em seu espectador. Ele não diz ao espectador como se sentir, mas cria sentimentos por meio de escolhas deliberadas.

“Tudo tem uma personalidade: tudo envia um sinal emocional. Mesmo quando essa não era a intenção do designer, as pessoas que visitam o site, inferem personalidades e experimentam emoções.” — Donald Norman, Design Thinker, Cientista Cognitivo, guru do design e “pai” do termo UX, entre outros títulos. 

O design emocional é uma das ferramentas mais poderosas para uma marca. Ele cria conexões esteticamente agradáveis ​​e funcionais entre os usuários e um produto, para que eles passem a adorar usá-lo e passem a comprá-lo repetidas vezes (será que isso te lembra a Apple?). Trocando em miúdos: o design emocional é a razão pela qual um produto é mais bem-sucedido do que outro.

O que é design emocional?

O termo foi introduzido pela primeira vez por Don Norman, em seu livro “Emotional Design: Why We Love (Or Hate) Everyday Things”. Nele, Norman aborda como as pessoas se conectam emocionalmente aos objetos e argumenta que coisas atraentes realmente funcionam melhor porque um design bonito cria uma resposta emocional positiva no cérebro, criando uma experiência de usuário agradável. 

Assim, o  Design Emocional cria uma conexão entre as pessoas e produtos/marcas em um nível emocional. Emoções positivas ajudam a criar uma experiência de usuário mais humana e tornam a interação com o produto mais agradável. Mais que só uma conexão, o design emocional projeta intencionalmente uma resposta específica em seus produtos e experiências.

A palavra experiência em experiência do usuário implica emoções pelas quais as pessoas passam quando usam um produto. Dependendo de muitos fatores, elas podem ficar felizes, satisfeitas, frustradas, felizes ou desapontados. 

E isso não vale apenas para produtos palpáveis, mas também, para o ambiente virtual/digital.  Qualquer sentimento – bom ou ruim – é uma emoção. E, obviamente, um produto ou aplicativo  torna-se o favorito das pessoas quando os usuários sentem prazer em usá-lo. 

Os 3 níveis de design

Don Norman dividiu o design emocional em três níveis cognitivos:  visceral, comportamental e  reflexivo. O design visceral refere-se à aparência de um produto, o comportamental refere-se ao funcionamento do produto e o reflexivo refere-se ao impacto a longo prazo do produto. 

Todos esses níveis se combinam para formar um design eficaz e impactante que oferece uma experiência agradável aos usuários. 

Nível Visceral

Trata-se de um nível subconsciente de reação quando os usuários são impactados pela primeira vez por um produto, seja digital ou não. Aqui é a beleza, a aparência, o toque, as formas, o envolvimento sensorial que conta. As reações são imediatas, é o “amor à primeira vista”.

Reações viscerais positivas trazem:

  • Um contexto positivo para cada interação subsequente.
  • Os usuários são mais propensos a perdoar falhas no futuro se a experiência inicial foi extremamente positiva.
  • “Amor à primeira vista” incentivará a socialização positiva do produto.

Nível Comportamental

O design comportamental está relacionado a usabilidade do produto, percepção dos usuários de quão bem ele funciona e quão amigável ele é. Aqui, o desempenho de um produto é o mais importante. 

Principais benefícios para reações comportamentais positivas:

  • Permitem que os usuários tenham uma sensação de empoderamento.
  • Cultivam a confiança e a confiabilidade criando uma correlação direta entre as ações de um usuário e o valor esperado.
  • Eles encorajam reações repetidas, pois as pessoas estão mais inclinadas a querer experimentar esse prazer novamente.

Nível Reflexivo

Este nível é o subproduto das duas primeiras respostas emocionais ao longo do tempo. Aqui conta como os usuários interpretam e entendem as coisas, refletem sobre os vários aspectos do produto, como aspectos culturais, funções, recursos, significado, etc.

Principais benefícios para reações comportamentais positivas:

  • Incentivam os usuários a compartilhar suas experiências com outras pessoas.
  • Evocam um sentimento de orgulho e identidade ao usá-lo.

Por que você deve investir no design emocional?

As emoções vencem a racionalidade. Compramos coisas porque as desejamos, mesmo que elas sejam caras. Gostamos de coisas bonitas e escolhemos produtos que são esteticamente agradáveis.

Em uma era competitiva, o design que se conecta com os usuários em um nível emocional é aquele que é lembrado, pois essas experiências criam um nível mais profundo que vão além da sua utilidade. 

Em um artigo para a revista Forbes, a estrategista de marcas Rebecca Vogels comenta que, com a sobrecarga de informações que as pessoas têm hoje em dia, as empresas precisam criar experiências mais emocionais e intensas para conquistar a atenção do público. E isso vale não apenas para produtos, mas para o posicionamento digital das marcas.

Aqui estão algumas pistas de como aplicar o design emocional: 

  1. Dê um toque personalizado ao seu produto – o visual estético é o primeiro contato com o produto. Quanto mais atraente ele for, mais chances ele tem de impactar positivamente os consumidores.
  2. Faça o uso de cores a seu favor 
  3. Use elementos que despertem as emoções desejadas 
  4. Crie uma voz de marca condizente ao que deseja transmitir
  5. Use o recurso do storytelling – contar histórias pode criar uma conexão e engajar seu público-alvo. Quanto mais envolvidos os consumidores estiverem, mais propensos eles estarão a escolher seu produto.
  6. Personalize a experiência de uso
  7. Agregue valor ao produto 

Em muitos produtos, vemos que o valor do Design Emocional é muitas vezes ignorado, considerado apenas detalhes, que acabam não sendo priorizados e, em tantas outras vezes, nunca implementados. A grande verdade é que as pessoas não tornam a escolher produtos que não ofereçam valor agregado, principalmente, quando existem opções similares. Além disso, as pessoas também deixam de ser fiéis a uma marca ou produto quando não conseguem estabelecer uma conexão emocional. E é este valor que faz toda a diferença e é uma poderosa ferramenta para ser utilizada como um fator importante na decisão de compra. 

Se um design fala primeiro ao seu coração e depois à sua cabeça, ele está fazendo exatamente o que deveria fazer. 

Sua empresa já aplica o design emocional? Se você está interessado em usá-lo na prática, conte com a expertise da Creative House. Fale conosco!

Deixar um comentário: